Black Minnow da Fiiish |
Depois de definir quatro tipos de vinis fundamentais para a
pesca ao spinning com vinis no mar
deparamo-nos com uma questão, como utilizar esses vinis?
deparamo-nos com uma questão, como utilizar esses vinis?
É aqui que entramos no campo das montagens e animações,
conhecimentos que temos que dominar para uma correcta tomada de decisões
durante a acção de pesca.
As montagens podem ser divididas em montagens sem peso, também
denominadas “weightless”, ou então montagens lastradas, com peso, que pode ser com cabeçote de chumbo
também chamado de “jig heads”, ou então com o peso afastado do vinil onde existem
duas montagens oriundas da pesca ao achigã que têm a sua aplicação prática de
forma distinta na pesca em mar.
Montagem weightless:
Esta é a montagem mais simples de todas as que se podem
utilizar pois apenas precisa de um anzol, no entanto trata-se de uma das montagens
mais técnicas e de maior dificuldade de execução por parte do pescador, requer muita
sensibilidade e capacidade de animar bem a amostra por parte do pescador e
requer material mais ligeiro para que possam ser lançadas a distâncias admissíveis.
Empate Texas, passos para empatar o vinil sem peso e protegendo a ponta do anzol no corpo do vinil |
Na montagem Weightless o vinil é utilizado sem qualquer
peso, sendo normalmente empatado num anzol 3/0 a 5/0 preferencialmente tipo
Texas, enfiando-se o anzol na cabeça do vinil e faz-se sair imediatamente,
entrando novamente o anzol no corpo do vinil sendo a ponta do anzol cravada no
dorso do vinil para evitar prisões.
Com a montagem weightless consegue-se uma apresentação mais
natural, principalmente quando utilizamos vinis impregnados com sal, mais
densos e pesados, conseguindo-se animações muito perfeitas a emitarem o nadar de
um peixe ferido, moribundo, que se tenta reanimar mas que depois cai para o fundo,
uma presa muito fácil para qualquer predador.
É uma montagem a ser utilizada em spots onde não seja
necessário lançar muito longe, de preferência com águas mais limpas e pouco
mexidas, cenário onde o predador anda mais desconfiado.
Esta montagem pode ser animada com um jerk energico (com
movimento do braço) com puxões que fazem a amostra ziguezaguear e mesmo saltar
por vezes fora de água, devendo ser feitas paragens para deixar afundar a
amostra.
No entanto uma outra animação pode ser feita, que muitas
vezes resulta melhor principalmente quando o peixe está mais lento, denomina-se
twitching.
O twitching é uma animação feita com movimentos de pulso,
dando pequenos toques de ponteira que fazem a amostra ziguezaguear pela água de
uma forma muito natural, com pausas curtas ou longas onde deixamos o vinil cair
lentamente, simulando um peixe ferido.
Outra forma de empatar o vinil numa montagem weightless
consiste em enfiar o anzol lateralmente no vinil no terço do seu comprimento
mais próximo da cabeça, normalmente utilizamos um shad para esta montagem.
Este empate é ideal para trabalhar a superfície, por isso
devemos usar shads que flutuem, lançando e depois recolhendo aos esticões com o
vinil a vir pela superfície criando saltos e turbulência como se fosse um peixe
a bater-se á superfície, que normalmente desperta os predadores e provoca
ataques à superfície sempre espectaculares.
Na montagem Weightless a sensibilidade é muito importante
pelo que devemos estar sempre em contacto com o blank, a maior dificuldade pode
ser sentir o ataque do peixe quando o vinil não está á vista, por isso temos
que ter sempre a linha bem visivel e esticada de forma a se sentir o mais
pequeno toque para ferrar antes que o peixe rejeite a amostra.
Montagem Jig head
Os Jig Heads são cabeçotes de chumbo com anzol encorpado ou
atrelado, que se empata de forma directa no vinil, sendo uma das montagens mais
generalizada e utilizada dado a sua versatilidade e a sua facilidade de animação.
Vários tipos de jig head |
Os Jig heads têm três funções fundamentais, permitir lançar
mais longe, suportar correntes em mares mais mexidos e ajudar a animar o vinil.
É o tipo de montagem mais utilizada, o anzol entra
directamente no corpo do vinil e sai pelas costas, ficando geralmente o anzol á
vista, devendo ser aplicada supercola para fixar o vinil ao jig head.
Esta montagem permite animações simples e de fácil execução,
existindo mesmo cabeçotes que por terem forma de pala ou por trazerem a pala
incorporada permitem animar o vinil apenas com o movimento de recolha de linha,
ou seja atirar e recolher linearmente a amostra, sem mais nenhum movimento ou com
pequenas pausas, a pala produz um ondular no corpo do vinil que simula o nadar
de um peixe, o que pode ser suficiente para induzir o ataque do predador.
No entanto a forma mais comum e talvez mais eficiente de
animar estes vinis é a animação em dentes de serra, onde depois de se lançar e
deixar cair o vinil, normalmente até ao fundo, estica-se a linha e levanta-se a
ponteira da cana, deixando-se cair de novo, repetindo estes dois passos de uma
forma ritmada, sendo parte da animação criada pelo movimento da cana e outra
parte pela queda do vinil, onde o cabeçote desempenha uma função fundamental.
Esta animação é uma das mais eficientes pois o jig head
acaba por prospectar várias alturas de água de uma só vez, visto os movimentos
ascendentes e descendentes do vinil cobrirem práticamente toda a coluna de água,
normalmente os ataques dão-se durante a queda do vinil, queda que simula o
peixe que se dirige ao fundo para se esconder, coisa que não interessa ao
predador, atacando-o nesse momento.
É o tipo de animação ideal para zonas profundas, praias com
forte declive onde rapidamente se atinge mais de 3 metros de profundidade, caneiros longos e profundos, com mares e correntes mais fortes, devendo-se
aumentar a gramagem do Jig head em função do mar que temos pela frente, quanto
mais forte o mar mais pesado o jig head deve ser.
Além desta animação os Jig heads podem ser também utilizados
com animações tipo jerking, sem que se deixe afundar muito o vinil, com
pequenos toques de ponteira que fazem o vinil ter um movimento de menor
amplitude mas mais nervoso, ideal para zonas menos profundas.
Montagem Texas
Com esta montagem entramos na herança deixada pela pesca ao
achigã, onde esta montagem têm uma grande utilização, trata-se de uma montagem
onde se adiciona um peso a uma montagem “Weightless”, geralmente um peso tipo
bala que corre no terminal de fluocarbono.
Para se fazer esta montagem devemos passar o terminal pelo
interior de um peso tipo bala, este peso vai correr livremente no terminal, podendo
depois do peso ser colocada uma esfera ou missanga que servirá de batente,
impedindo que o peso bata no nó directamente e só depois então se une o
fluocarbono ao anzol, normalmente com um nó palomar.
O vinil pode-se empatar com anzol tipo Texas ou com anzóis
normais, no entanto o anzol tipo Texas é ideal pois permite esconder a ponta do
anzol para evitar prisões.
Esta é uma montagem para ser utilizada com mares calmos,
marés mortas, águas cristalinas onde os peixes andam mais desconfiados, a
montagem deve ser trabalhada lentamente pelo fundo, levantando-se com alguns
toques de ponteira, mas sempre tudo muito lento.
O carreto funciona quase só para se ir mantendo o fio em
tenção, e com pequenos toques animamos o vinil que vem pelo fundo, normalmente
os worms têm uma boa aplicação nestes casos.
Neste tipo de montagem o peso corre livremente no terminal o
que cria uma pequena diferença entre a queda do peso e a queda do vinil que vem
atrás, quando o peso cai corre também no fio e o movimento do vinil fica mais
amortecido do que se fosse com um cabeçote ou peso fixo ao anzol, dado por isso
um movimento mais natural ao vinil.
Esta é uma montagem efectiva para se prospectar os fundos,
deixando o peso mesmo cair e bater no fundo e vir trabalhando lentamente esta
montagem por forma a sondar o fundo do pesqueiro, de qualquer forma pode também
ser trabalhada com todas as técnicas já descritas, não sendo essa no entanto a
sua verdadeira aplicação.
É ideal para pesqueiros com areia, algas e pouca rocha, com
mares não muito mexidos, sendo também eficaz em estuários nas horas de
correntes mais fracas.
Deixo aqui um video elucidativo de como fazer uma montagem texas:
Carolina
A montagem Carolina é mais uma montagem herdada da pesca ao
achigã, muito parecida com a montagem Texas sem estar muito distante da nossa
famosa chumbadinha com raglou.
Montagem carolina |
A diferença da montagem Carolina para a montagem Texas, esta
na colocação de um destorcedor entre a linha principal e o terminal, prendendo o
peso e a missanga na linha principal enquanto que na montagem Texas o peso
corre livremente no terminal.
Em tudo semelhante á montagem Texas quanto a animações e
locais de utilização no entanto pode-se variar mais o comprimento do terminal o
que permite animações ainda mais lentas e naturais.
Double Zulu
Por fim não queria deixar de abordar uma montagem que teve
grande impacto na pesca do achigã e que terá a sua aplicação prática na
perfeição na pesca do robalo, estamos a falar de mais uma criação americana,
inventada pelo campeão Kevin VanDam que consiste em utilizar dois vinis um na
perseguição do outro, imitando um pequeno cardume ou um peixe presa a fugir de
um pequeno predador.
Esta é uma montagem mista que pode ser lastrada ou não em
função da situação que temos pela frente, aumentando o lastro em função das
condições de mar.
Para se obter esta montagem precisamos de dois destorcedores
e de dois anzóis tipo Texas, começamos por passar a linha principal pela argola
de um destorcedor, que correrá livremente, no final da linha principal
prendemos um outro destorcedor que servirá de batente para o primeiro.
No destorcedor livre colocamos um terminal de cerca de 40 cm e no destorcedor fixo
colocamos um terminal com cerca de 60 cm , em ambos terminais empatamos um anzol
tipo Texas, cada qual com um peixe empatado, iguais se quisermos simular um
pequeno cardume ou um peixe maior no terminal fixo e um peixe mais pequeno no
terminal móvel.
O vinil no terminal fixo pode ainda ter um chumbo tipo bala
ou um cabeçote para lhe dar algum peso.
Esta montagem é animada com toques de ponteira, com um jerk
curto e nervoso, para imitar dois peixes em fuga ou um peixe a caçar outro.
Esta montagem é muito provocadora pois nenhum predador gosta
de perder uma presa nem gosta de intrusos no seu território de caça, por isso o
ataque muitas vezes é feito por reacção, atacando o peixe mais pequeno que foge
ao maior.
Boas Armando,
ResponderEliminarParabens. Mais uma vez um muito bom artigo com os necessários e preciosos detalhes.
Abraço
JFP
Os meus sinceros parabéns pelo post parceiro será para mim uma grande ajuda no futuro próximo,um grande abraço.
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