Trutas - Abertura 2013 no Minho

Monção 6:45 da manhã, um frio de rachar, o termómetro marcava -1ºC, acabava de chegar para mais uma abertura no rio Minho.

O dia já queria romper e eu dei uma espreitadela ao rio, corria lento, com um belo caudal, majestoso e imponente como sempre, parado no tempo, tal como o vi pela primeira vez à muitos anos atrás.

A abertura do rio Minho é sempre um momento muito especial, quem gosta do rio Minho sabe o que quero dizer, é uma mistura entre a excitação do momento e a nostalgia de memórias de outros dias guardadas religiosamente dentro de cada um.

É o momento de recomeçar uma época, a esperança de conseguir um troféu que este rio sempre conseguiu proporcionar a quem o pesca, a vontade de passear por estes cenários magníficos praticando algo que tanto se gosta, é o Minho esplendoroso, esse paraíso ainda cheio de vida mas longe dos dias guardados na minha memória.


Montei o material, uma cana 2,70 com um CW 7g-28g, e um fio 0,20 no carreto, é muito fino para o Minho mas com as águas claras como estavam, sem grande vegetação submersa achei que era a aposta certa.

Fiz-me ao rio e lá fui batendo as margens, em busca de uma truta ou quem sabe um salmão perdido por aquelas bandas.

Apostava em colheres de maior dimensão, nr 4 ou 5, mais 5 que 4 para evitar ferrar uma truta mais pequena, também para poder lançar mais longe, nas zonas mais fundas ou nas correntes mais fortes, lançamento após lançamento em busca de um peixe.

Comecei pela zona de maior corrente, pelos locais de sempre que tantas alegrias já me tinham dado, batendo zona após zona, sem grande sucesso, amostras de 7 e 9 cm, colheres e mais colheres, elas gostam do brilho da prata e do ouro, são vaidosas por isso insistia mais nelas.

Chego a uma zona onde pela profundidade e largura o rio corria mais lento, ao fim de meia dúzia de lançamentos com uma Mepps dourada com pintas vermelhas sinto um ataque, envergonhado, era uma pequena truta, na ordem dos 25cm, a amostra mal lhe cabia na boca, cravada com uma fateixa na mandíbula inferior, rapidamente desferrei a truta e de seguida libertei-a, filmando esse momento que podem ver no video no fim desta mensagem.

Era a primeira truta de 2013, fora de medida mas combativa, a amostra dourada voltou à água, e continuei à procura de mais outra truta.

Cheguei a uma zona entre árvores onde tinha um ponto a um metro acima do nivel do rio, a zona era funda, e comecei a sondar, num dos lançamentos levo valente pancada, ai estava ela, uma truta das boas pensei eu, correu para a direita a toda a velocidade rio acima, saltou fora de água e  ajustei o drag, comecei a recolher e aos poucos a truta estava aos meus pés, muito combativa e com muita força.

Era uma truta entre 40 a 45 cm, mas não estava capturada ainda, deito a mão atrás das costas para apanhar o galrito e ... ops... não estava lá, tinha ficado onde apanhei a primeira truta, que grande asneira, e agora tinha uma grande problema, com uma árvore de cada lado e o rio a um metro de altura com 2 ou 3 metros de profundidade não tinha solução, tinha que a tirar cá para cima, levanto a cana ajoelho-me deito a mão ao fio e quando vou a deitar a mão à truta ela bate-se e a linha parte, Z#$%#&!XXX$%#!!!!

Foi-se aquela bela truta marisca, ainda por cima com uma Mepps na boca, sei que elas conseguem se libertar das fateixas, mas aquela colher era especial, fiquei podre por a ter perdido, quanto à truta foi uma pena a ter perdido, nem deu para uma foto ou um release como deve ser.

Continuei o meu dia de pesca, fui buscar o galrito e voltei para trás, meio desanimado e com vontade de ir até outro lado, fui pela Lapela.

Na Lapela bati todos os "cantos da casa" mas trutas nem velas, ligo com o meu sogro Nelson que andava de barco pelas zonas de Valença e ele diz-me animado que já tinham tirado 3 boas trutas.

Continuei a descer o rio e chego à zona do Verdoejo,  ai já era uma procissão de barcos, todos ao trolling mas trutas nem velas.

Continuei até Valença e acabei o dia regressando ao Verdoejo mas nem mais um toque senti, deixo-vos um video do dia, acreditem, vale a pena, nem que seja pelo passeio e pelo recarregar de baterias que se sente neste magnifico rio, uma boa época de trutas para todos.