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2012/11/22

Animadores de vinis - Os Chatter

Muito se tem falado e discutido sobre vinis na pesca, quer para agua doce quer para mar, essas imitações de peixes, moluscos ou vermes de aspecto mole têm seduzido tudo e todos por essa costa fora, os mesmos foram aqui abordados em 4 artigos que têm sido seguidos por muitos de vós...

Parte 1 - Onde e quando utilizar
Parte 2 - Tipos de vinis
Parte 3 - Montagens e animações
Parte 4 - Material

Hoje venho apresentar-vos algo novo, acessórios que servem para dar vida aos nossos vinis, facilitando as animações e melhorando as capturas, são acessórios que alguns já existem há vários anos, muito utilizados para a pesca do achigã mas com cada vez mais utilização no mar, o que acaba por ser uma evolução natural, hoje vamos falar dos "chatter", apresentando fotos e vídeos de diferentes chatter, a ter em conta nas vossas próximas saídas de pesca .

Quando falamos de amostras chatter ficamos um pouco baralhados, de quê que estamos a falar???

Os chatter são acessórios que se adicionam a cabeçotes ou linha para proporcionarem um movimento mais vivo do vinil e criarem uma vibração extra dentro de água.

A sua origem, ao certo não se sabe, foi sendo experimentando com o tempo e depois alguns nomes foram surgindo no mercado, fruto de diferentes ideias e conceitos mas com um só fim, apanhar mais peixe com um movimento mais natural e vibrante.

O primeiro a surgir no mercado com sucesso foi o Wigglefin ActionDisc, desenvolvido em 2000 por Dean Teegarden, basicamente Dean procurava uma forma de dar melhor acção a plumas grandes e streamers para pesca à mosca em rios.

Com o  tempo Dean foi-se apercebendo que o seu disco também funcionava bem com "softbaits" os vinis, desde 2000 que vende os Action Discs por todo o mundo tendo a sua criação ajudado a capturar uma larga variedade de peixes quer em agua doce quer em mar.

Dean explica a razão do sucesso do destes discos, "O principio do Caos", o actiondisc não produz uma acção mecânica rítmica como um crankbait ou um spinner, a pressão da agua no disco cria pontos de instabilidade aleatórios, podendo ir para baixo para cima, para a esquerda e direita de uma forma completamente aleatória, mantendo sempre um eixo de acção que é criado pela tracção do fio.

E porquê é melhor de forma aleatória, porque segundo Dean todo o predador é atraído por um animal que se mova de forma diferente, por estar ferido, doente, fraco ou ser ainda jovem e é isso que o ActionDisc pretende imitar, algo que todo o pescador tem perfeita noção mas muitas vezes esquece-se de aplicar.

O som e a vibração viaja mais rápido pela agua que pelo ar, é uma realidade que todos sabemos, os predadores aquáticos são providos em geral por uma linha lateral que lhes permite sentir essas vibrações na agua a longa distância, sendo atraídos por elas, desta forma a acção aleatória dos ActionDiscs acabam por criar essa vibração necessária do peixe ferido ou enfraquecido para atrair o predador até à nossa amostra, sem ser a forma continua de um cranck, de um spinner.

Os Wigglefin Actiondiscs, uma revolução na pesca com vinis em 2000

A utilização do actiondisc é simples, deve ser colocado na frente do vinil, normalmente com uma montagem texas ou carolina, para termos peso para o lançamento, depois é recolher em forma linear ou com ligeiros toques, como podem ver no video em baixo é muito apelativo.


Depois apareceu o chatter bait, foi em 2003 pelas mãos de Ron Davies que o Chatter Bait foi desenvolvido, posteriormente Ron forneceu-a a um amigo, Bryan Thrift, pescador do circuito americano tendo participando no FLW Bass Angler Tournament e venceu-o, capturando a maior parte dos seus peixes com o Chatterbait.

Em 2005 foi a Zman de Mike Shelton que viu a oportunidade e começou a sua comercialização desta amostra  que viria a se tornar num dos maiores sucessos de vendas nos EUA sendo ainda hoje uma das amostras mais vendidas para a pesca do achigã e também do stripedbass o primo americano do nosso robalo.

Nenhuma amostra tinha até então criado tal impacto na pesca em agua doce, principalmente do achigã, era como que um jig onde colocaram uma chapa na sua ponta, chapa essa de forma hexagonal que ao ser corricada criava som, muita vibração, flashes  únicos, capaz de atrair o peixe menos activo.

O chaterbait nada de uma forma errática e emita um peixe assustado, a chapa hexagonal tem ainda a particularidade de vibrar e emitir flashes que atraem o peixe para além de proteger o anzol e evitar prisões  é uma amostra completa e versátil, podendo ser utilizada em quase todos os cenários de pesca, oferece a acção de um crankbait, o perfil de um jig, o brilho de um spinner bait e o corpo vivo de um vinil!

Explosivo, não???

É uma amostra que mesmo a queimar a recolha de uma forma muito rápida não plana à superfície enquanto que uma recolha lenta permite regular a profundidade que se quer o seu trabalhar de uma forma muito precisa.

Zman ChatterBait Original numa cor muito apelativa para o mar


Zman ChatterBait Redfish, aqui a chapa montada num jig com um peixe

Entretanto outras opções foram surgindo no mercado criando novas amostras chatter e dando e este tipo de amostras um destaque grande em termos de oferta e também em numero de capturas, recentemente a Molix lançou a sua versão, o tão apelativo Lover, funcionando com o mesmo principio que o chaterbait original da Zman mas com a pala embutida no cabeçote do jig, conseguindo uma acção ainda mais aberta e muito apelativa

O Lover da Molix, uma bomba dentro de água
Ainda antes de surgir o Lover algumas marcas apostavam nos discos em forma de ventosa que são aplicados na linha com montagens Texas ou Carolina, conseguindo animações de vinis bastante naturais e muito apelativas, tais como os originais ActionDiscs da Wigglefin, foi assim que chegaram ao outras soluções que acabam por ter o mesmo efeito que o original, falamos do Paycheck Nose Job que acaba por criar o mesmo efeito que o Wigllefin, mesmo uma simples ventosa furada cria esse efeito

Paycheck Nose Job, uma imitação ou uma evolução???

Tudo isto teve origem na pesca ao achigã, na agua doce, o seu transporte para o mar é lógico e cada um deve seguir o seu instinto e gosto pessoal, testando e vendo qual destes sistemas servirá melhor às suas características como pescador e os pesqueiros por onde anda.

Pessoalmente experimentei todos, achei o Chatterbait original bom a chamar peixe para a nossa zona de pesca, enquanto que os ActionDiscs são mais subtis, serão mesmo brutais em águas mais paradas, principalmente na calada da noite!

O meu primeiro Zman Chatter Bait adquirido já há alguns anos com o qual já pesquei alguns bons achigãs:



Deixo-vos aqui alguns dos chatter feitos por mim para as minhas pescas no mar, não são nada complicados de se fazer, bem pelo contrário.

Chatter com chumbo de 30g e Slug-go SS

Chatter com chumbo de 30g e  Yum Shad

Para finalizar deixo aqui alguns vídeos com a acção de cada um...

Wigglefin actiondisc em acção, é verdadeiramente soberba acção do vinil com este disco:



Zman Chatterbait em acção, muita vibração, muita atracção:


Molix Lover, apresentação por Mike Laconelli;

16 comentários:

  1. Excelente post, cheio de informação e bem documentado com imagens (os vídeos aqui no trabalho não consigo ver).
    O saber não ocupa lugar, mas na pesca muitas vezes todas as teorias caem por terra e as amostras mais simples, menos modernas e mais baratas são as mais eficazes.
    Obrigado por mais um post de grande qualidade! ;)

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    1. Boas José Pedro,

      Muito obrigado pelo comentário aqui deixado, sem duvida alguma que o mais simples é muitas vezes o mais eficaz!

      Muitas vezes criam-se mitos que servem apenas interesses comerciais e a única coisa que conseguem apanhar é o pescador, mas há algumas criações que são muito eficazes e excepção a esses fiascos, nos casos aqui apresentados queira ver os vídeos e analize-os bem, depois diga-me o que realmente achou.

      Estaria mais de acordo se referisse o facto que estes artefactos acabam por tirar alguma beleza à pesca, concordo com isso mas por outro lado fazem parte de uma evolução que cada um a faz à sua maneira, porque para beleza por beleza tinha continuado a pescar trutas à mosca.

      Será muito difícil dar-se vida a um vinil como lhe dá o actiondisc, ou então atrair o peixe como atrai um chatterbait, são aparelhos que englobam vários conceitos simples e descomplicam o que poderia parecer mais complexo, ajudando em determinadas ocasiões, principalmente num meio como é o mar com ondulação e correntes mais fortes, estes aparelhos acabam por simplificar o que o mar pode tornar complicado.

      O intuito deste artigo é evoluir e não simplificar a vida a quem pouca mão tenha para a pesca, isso será difícil e como o José Pedro disse e muito bem, saber não ocupa lugar, bem pelo contrário, pelo menos para mim, nunca me canso de novas experiências, algumas são um fiasco outras trazem muitas alegrias, mas todas servem para a minha evolução como pescador, por isso as vou partilhando, afinal de contas o gosto é outro quando "tiramos o peixe com as nossas moscas" ;)

      Um abraço!

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  2. Olá Armando!
    Chegado a casa agora de manha fiquei de facto maravilhado com o primeiro dos três vídeos - o nervosismo do vinil é de facto fantástico.
    Tenho algumas dúvidas quando ao lançamento que uma montagem destas proporciona, atendendo a que da mesma forma que o atrito causado dentro de água e que provoca as tais vibrações, também deve limitar bastante a distância que alcançamos. Se por vezes os nossos amigos comem aos nossos pés, outras vezes (por exemplo depois de coroas de areia) se não chegamos longe nem os vemos...

    Adorava aprender a pescar à mosca, é um sonho antigo que ainda hei-de realizar. Aliás, o meu vício pela pesca com artificiais teve início tinha eu 6 ou 7 anos, no Rio Alfusqueiro, a pescar à truta com as velhinhas "medalhas".

    Abraço e boa sorte com essas engenhocas! ;) Há que testa-las em água salgada...

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    1. Boas José Pedro,

      Os lançamentos dependem da montagem que tivermos, eu gosto da montagem carolina com um chumbo de 30g ou 40g que permitem atingir distâncias na ordem dos 70 metros, mas tal como nas amostras cada exemplo têm a sua especificidade e cada um bem utilizado torna-se produtivo.

      Já somos dois pescadores de água doce a salgar a pele, pena é que as trutas já não sejam como quando tinha-mos 7 anos!

      As engenhocas já andam dentro de água salgada há algum tempo, a adaptação demora o seu tempo e sofreram algumas evoluções, já com impressões muito positivas, mas agora que estão a 100% resultados vão aparecer, é deixar cair o mar.

      Um abraço!

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  3. Fantástico post! Os meus parabéns, por disponibilizares toda esta informação vídeos e fotos. Por acaso este tipo de amostra ainda não explorei quase nada, talvez deve-se ao facto de antigamente ser pescador de bóia de água com pingalim e agora gosto muito de varejar os meus peixinhos. Mas vou começar a ter mais atenção a estes matadores, porque parecem que tb tiram uns travessões jeitosos.

    Mais uma vez obrigado pela partilha.

    Abraço

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    1. BOas Manuel,

      Muito obrigado, espero que lhe sirva um dia, se possível com um bom peixe!!!!

      Pingalim???? Isso ainda continua a ser uma das coisas mais simples e eficazes para apanhar uns bons robalos, no devido mar, com zagaia ou buldo são terriveis!

      Um abraço!!!

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    2. Muito bom post está de parabéns , esses Wigglefin actiondisc andam me a fazer comichão , já mandei vir uns packs de um site inglês ando doidinho para os experimentar.

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    3. Boas João,

      Até faz ferida de tanto coçar lol, já passei por isso, ele são uma maravilha no achigã, agora falta a prova do robalo.

      Um abraço!!!

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    4. Mais um post de qualidade! Mandei vir os actionsdisc's da Wigglefin nos 2 tamanhos através do site http://www.agmdiscountfishing.co.uk/ e em 3 dias estavam em casa. Já os esperimentei e apesar de pesarem muito na recolha da amostra fazem um trabalhar espetacular nos vinis que utilizei.

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    5. Obrigado Valter, esses discos são fenomenais a animar, já agora qual dos dois tamanhos preferiu?

      Essa pressão é mesmo assim, é menos com o disco mais pequeno e a vibração que cria ajuda a atrair o peixe, depois o ondular do vinil é amplo e natural, provoca o ataque, é espectacular aos nossos olhos pois parece um ser vivo em movimento o mesmo vai parecer aos robalos, o mar vai baixar e vem ai dias para os usar, fico à espera de noticias de capturas!

      Um abraço!

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    6. Bem dito bem certo! Hoje foi dia de captura, um robalo de 2.7Kg graças ao action disc de 18mm que utilizei em conjunto com um vinil worm, e claro, graças à divulgação no seu blog deste animador de vinil. Mais uma vez os meus parabéns pela partilha de informação útil que dispõe no seu blogue!

      Abraço,

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    7. Olá Valter,

      Eu bem avisei :)))) Fico contente que um desses discos tenha contribuído para uma boa captura como essa, os actiondiscs são fenomenais com mar mais parado!!!

      Para a semana com mar mais bruto é tempo de experimentar uns chatter bait ;)

      Obrigado pela partilha e se possível dê noticias sempre que os actionsdiscs facturarem!!!

      Um abraço!

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  4. As medidas dos discos que utilizei foram os de 30mm e de 18mm. O primeiro teste que realizei com estes dois tamanhos foi numa montagem igual à que se encontra neste post com um worm de 12 cm e notei que apesar de sentir menos peso durante a recolha do vinil com os discos de 18mm, preferi utilizar os discos de maior diametro porque causam mais ondulação ao vinil. Mas se o vinil utilizado for de pequena dimensão +-5cm, os discos de 18mm servem perfeitamente para animar o vinil. Notei também que a borracha que é colocada entre o disco e o empate do anzol é muito importante, porque serve para obsorver o impacto sobre o empate do anzol provocado durante os lançamentos. Fiquei também com muita curiosidade de utilizar estes discos nas barragens para a pesca ao achigã pois devem ser um belo chamariz, mas como estou mais proximo do mar decidi testa-los lá apesar de nesse dia não estar favoravel, mas assim que tiver oportunidade vou testa-los ao achigã...

    Abraço!

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  5. Boas,

    só agora "descobri" o seu blog! Excelente!!! Os meus parabéns!

    Sabe onde posso encontrar os Wigglefin ActionDisc, em Portugal? Gostaria de os experimentar no mar, aki na minha zona (aveiro)!
    Agradeço a informação
    Abraço

    Carlos Padilha

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    1. Boas Carlos Padilha,

      Muito obrigado!

      Pode encontrar os actionsdiscs no site inglês mencionado acima pelo Valter Jordão, para já só existem lá fora!

      Um abraço!

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    2. Também já estão por cá em lojas on-line é só procurar.

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