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2013/01/27

O primeiro de 2013

Este Janeiro insiste em ser chuvoso, ventoso e sempre com muito mar, spinnar tem sido difícil, a pesca não tem tido tréguas com o mar forte que tem estado.

Na ultima semana a bóia de Leixões chegou a registar vaga de impressionantes 14 metros, temporal e mais temporal, tempo muito bom mesmo para se estar no conforto da nossa casa.

Sexta feira o mar caía e na manhã fui ver como estava antes de seguir para trabalhar, estava com boas condições para o peixe encostar, mas nessa manhã apenas pude olhar para o mar e a muito custo virar-lhe as costas, era um dia com muito trabalho e não havia tempo a perder.

Passei o dia a pensar no que tinha visto na manhã, estava mesmo bom, o dia foi correndo de feição, foi-se terminando trabalho após trabalho ao ponto de conseguir terminar tudo a meio da tarde, ainda a tempo de fazer um final de dia.


Tinha tudo no carro menos a cana, sabia que o Ricardo iria aproveitar a folga que tinha nessa tarde e que ia pescar, ligo com ele e por sorte tinha uma cana a mais no carro, nem pensei duas vezes..."vou já ter contigo..."

Encontrei o Ricardo já a pescar, mas não tinha tido qualquer sinal deles, o mar estava a trabalhar bem, aguas tapadas para o esverdeado, bons espumeiros e fim de dia cinzento com o céu bem encoberto, sem grande vento e sem chuva, eram boas as condições.

Montei o material, peguei numa ultima invenção feita num destes dias de temporal, uma zagaia "weedless" para situações com muita pedra mariscada e mar com grandes escoas, com o intuito de não perder material.

O problema de se pescar com algo novo é sempre o mesmo, a duvida origina falta de confiança e ai estamos perante a morte do artista mesmo antes do espectáculo começar, sabia que não tinha grande confiança na nova zagaia mas ao mesmo tempo sabia que tinha que funcionar como funcionam todas as outras, talvez ainda melhor.

De inicio ainda pensava se estava a fazer bem, mas depressa passei à situação inversa e disse para comigo "vamos lá tirar mas é um peixe..."

A zagaia rapava o fundo, sem prender e depressa percebi que não a perderia tão cedo, lance após lance e muitos toque, mas de pedra e decidimos mudar de spot, aquele precisava de mais água e já não nos inspirava.

Fomos para outro spot e ai o mar estava com óptimo aspecto, com uma corrente para sul que complicava um pouco a situação, mas ao fim de dois lançamentos o padrão estava definido e a zagaia vinha a trabalhar como queria, só faltava o peixe.

O tempo não era muito e tínhamos de agir depressa, numa vaga vejo peixe, fiquei na duvida e continuei a seguir o local, noutra vaga volto a ver peixe, "....mmmm, ele comia na vaga" ..."RICARDO ANDA ALI PEIXE!!!!" e lá veio o Ricardo para a minha beira, nisto lanço e começo a recolher ..."vi peixe Ricardo, eles andam ali, por trás daquele cabeço, lança nessa direcção.." e "...oh pá, prendeu, não mexe, não prendeu, PEIXE, PEIXE", a onda grande que passava quando o peixe ferrou baralhou o esquema mas era um peixe, finalmente tinha um peixe na ponta da linha.

O mar estava mais forte, coincidia com um set de ondas maiores que nos obrigou ainda a recuar enquanto trabalhava o peixe, nisto dizia o Ricardo "...é um bom peixe, é um bom peixe", o mar complicou, a corrente aumentou para sul e com a Beastmaster do Ricardo bem no alto fui fazendo pela vida, a linha teve perto de se  agarrar a uma pedra mariscada a alguns metros, quando o peixe aproveitava a corrente para se pirar para sul, mas consegui evitar a pedra e a perda do peixe.

O peixe era forte, lutava e aproveitava tudo o que a natureza lhe proporcionava para se escapar, sempre com a cana a trabalhar e tensão na linha lá o consegui controlar, com muita cabeça fria, pescava com fluo 0,47 e multi 0,24 sabia que a linha aguentava muito e um pouco à bruta lá o tirei da corrente e coloquei a seco.

Finalmente um peixe, pulei de contente, ao tempo que não tinha esta sensação, gritei para o Ricardo "FUNCIONA, FUNCIONA CARAGO...FUNCIONA!!!!!" a Zagaia Weedless também tirava peixe, o Ricardo ainda exclamou, "ATÉ PARECIA UM ACHIGÃ".

Pela luta parecia realmente um peixe bem maior, tinha 50cm e pouco mais que 1,5Kg, não era o peixe que parecia mas não era mau, bem pelo contrário, era o primeiro deste ano e acima de tudo a minha nova invenção para a zagaia também funcionava, para minha grande satisfação.

Tinha sido ao cair do pano, já não havia tempo para muito mais, tinha mesmo que ir embora, ainda lancei mais duas vezes e continuei a ver bons peixes na onda mas tinha que abandonar aquele cenário, já não era mau.

Deixo-vos aqui as fotos deste primeiro peixe de 2013, o mar vai continuar mau nos próximos dias, mas parece que no próximo fim de semana vamos ter mar outra vez, até lá divirtam-se!!!!




8 comentários:

  1. Quando houve hipótese lá foste tu... E deu para safar o chibo...

    Abraço

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    1. É verdade Manuel, estava farto de tanto temporal e as fateixas já ganhavam ferrugem.

      Vamos ver se o mar volta a dar tréguas.

      Um abraço.

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  2. Assim é que é amigo,belo peixe e óptimo relato.
    Grande Abraço
    Jaime Almeida

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  3. Desde já parabéns pela pesca! Pelo robalo e pelo engenho. Eu também tenho esse problema, aqui, pesco sempre com muitas pedras mariscadas e tenho de evitar alguns pesqueiros que sei que são bons para não perder amostras.

    Será que essa engenhoca podia ser útil nesta pesca? Se sim, será que a posso fazer?

    Outra forma que pensei, que gostava de perguntar, é se uma recuperação linear com pouca animação pode fazer uma savage sandeel funcionar bem e ser eficaz na pesca ao robalo. Porque com este tipo de recuperação, é mais fácil controlar a prisão.

    Que acham?

    Um abraço

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    1. Boas João,

      Esta engenhoca há muitos anos é útil em muitos pesqueiros, eu apenas a alterei ligeiramente para poder usar com mais tranquilidade e confiança, por isso pode ser útil sim e deve trazer sempre alguma consigo.

      A recuperação linear beneficia em termos de prisões e também captura peixe, se não der para animar muito pois o melhor será mesmo assim, linearmente, quando der use com toques tipo dente de serra.

      Um abraço.

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  4. Parabéns pelo primeiro de 2013 Armando!

    Bom relato e com um robalo já jeitoso! Temos de aproveitar as poucas oportunidades que o mar tem dado !

    Abraço

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    1. Muito obrigado Inácio, o mar não tem estado nada fácil, há que aproveitar todos os momentos possíveis.

      Um abraço.

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