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2012/05/07

Spinning com vinis - Parte 3 - Montagens e animações


Black Minnow da Fiiish

Depois de definir quatro tipos de vinis fundamentais para a pesca ao spinning com vinis no mar
deparamo-nos com uma questão, como utilizar esses vinis?

É aqui que entramos no campo das montagens e animações, conhecimentos que temos que dominar para uma correcta tomada de decisões durante a acção de pesca.

As montagens podem ser divididas em montagens sem peso, também denominadas “weightless”, ou então montagens lastradas,  com peso, que pode ser com cabeçote de chumbo também chamado de “jig heads”, ou então com o peso afastado do vinil onde existem duas montagens oriundas da pesca ao achigã que têm a sua aplicação prática de forma distinta na pesca em mar.


Montagem weightless:

Esta é a montagem mais simples de todas as que se podem utilizar pois apenas precisa de um anzol, no entanto trata-se de uma das montagens mais técnicas e de maior dificuldade de execução por parte do pescador, requer muita sensibilidade e capacidade de animar bem a amostra por parte do pescador e requer material mais ligeiro para que possam ser lançadas a distâncias admissíveis.

Empate Texas, passos para empatar o vinil sem peso
e protegendo a ponta do anzol no corpo do vinil
Na montagem Weightless o vinil é utilizado sem qualquer peso, sendo normalmente empatado num anzol 3/0 a 5/0 preferencialmente tipo Texas, enfiando-se o anzol na cabeça do vinil e faz-se sair imediatamente, entrando novamente o anzol no corpo do vinil sendo a ponta do anzol cravada no dorso do vinil para evitar prisões.

Com a montagem weightless consegue-se uma apresentação mais natural, principalmente quando utilizamos vinis impregnados com sal, mais densos e pesados, conseguindo-se animações muito perfeitas a emitarem o nadar de um peixe ferido, moribundo, que se tenta reanimar mas que depois cai para o fundo, uma presa muito fácil para qualquer predador.

É uma montagem a ser utilizada em spots onde não seja necessário lançar muito longe, de preferência com águas mais limpas e pouco mexidas, cenário onde o predador anda mais desconfiado.

Esta montagem pode ser animada com um jerk energico (com movimento do braço) com puxões que fazem a amostra ziguezaguear e mesmo saltar por vezes fora de água, devendo ser feitas paragens para deixar afundar a amostra.

No entanto uma outra animação pode ser feita, que muitas vezes resulta melhor principalmente quando o peixe está mais lento, denomina-se twitching.

O twitching é uma animação feita com movimentos de pulso, dando pequenos toques de ponteira que fazem a amostra ziguezaguear pela água de uma forma muito natural, com pausas curtas ou longas onde deixamos o vinil cair lentamente, simulando um peixe ferido.

Outra forma de empatar o vinil numa montagem weightless consiste em enfiar o anzol lateralmente no vinil no terço do seu comprimento mais próximo da cabeça, normalmente utilizamos um shad para esta montagem.

Este empate é ideal para trabalhar a superfície, por isso devemos usar shads que flutuem, lançando e depois recolhendo aos esticões com o vinil a vir pela superfície criando saltos e turbulência como se fosse um peixe a bater-se á superfície, que normalmente desperta os predadores e provoca ataques à superfície sempre espectaculares.

Na montagem Weightless a sensibilidade é muito importante pelo que devemos estar sempre em contacto com o blank, a maior dificuldade pode ser sentir o ataque do peixe quando o vinil não está á vista, por isso temos que ter sempre a linha bem visivel e esticada de forma a se sentir o mais pequeno toque para ferrar antes que o peixe rejeite a amostra.


Montagem Jig head

Os Jig Heads são cabeçotes de chumbo com anzol encorpado ou atrelado, que se empata de forma directa no vinil, sendo uma das montagens mais generalizada e utilizada dado a sua versatilidade e a sua facilidade de animação.

Vários tipos de jig head
Os Jig heads têm três funções fundamentais, permitir lançar mais longe, suportar correntes em mares mais mexidos e ajudar  a animar o vinil.

É o tipo de montagem mais utilizada, o anzol entra directamente no corpo do vinil e sai pelas costas, ficando geralmente o anzol á vista, devendo ser aplicada supercola para fixar o vinil ao jig head.

Esta montagem permite animações simples e de fácil execução, existindo mesmo cabeçotes que por terem forma de pala ou por trazerem a pala incorporada permitem animar o vinil apenas com o movimento de recolha de linha, ou seja atirar e recolher linearmente a amostra, sem mais nenhum movimento ou com pequenas pausas, a pala produz um ondular no corpo do vinil que simula o nadar de um peixe, o que pode ser suficiente para induzir o ataque do predador.

No entanto a forma mais comum e talvez mais eficiente de animar estes vinis é a animação em dentes de serra, onde depois de se lançar e deixar cair o vinil, normalmente até ao fundo, estica-se a linha e levanta-se a ponteira da cana, deixando-se cair de novo, repetindo estes dois passos de uma forma ritmada, sendo parte da animação criada pelo movimento da cana e outra parte pela queda do vinil, onde o cabeçote desempenha uma função fundamental.

Esta animação é uma das mais eficientes pois o jig head acaba por prospectar várias alturas de água de uma só vez, visto os movimentos ascendentes e descendentes do vinil cobrirem práticamente toda a coluna de água, normalmente os ataques dão-se durante a queda do vinil, queda que simula o peixe que se dirige ao fundo para se esconder, coisa que não interessa ao predador, atacando-o nesse momento.

É o tipo de animação ideal para zonas profundas, praias com forte declive onde rapidamente se atinge mais de 3 metros de profundidade, caneiros longos e profundos, com mares e correntes mais fortes, devendo-se aumentar a gramagem do Jig head em função do mar que temos pela frente, quanto mais forte o mar mais pesado o jig head deve ser.

Além desta animação os Jig heads podem ser também utilizados com animações tipo jerking, sem que se deixe afundar muito o vinil, com pequenos toques de ponteira que fazem o vinil ter um movimento de menor amplitude mas mais nervoso, ideal para zonas menos profundas.

Montagem Texas

Com esta montagem entramos na herança deixada pela pesca ao achigã, onde esta montagem têm uma grande utilização, trata-se de uma montagem onde se adiciona um peso a uma montagem “Weightless”, geralmente um peso tipo bala que corre no terminal de fluocarbono.

Para se fazer esta montagem devemos passar o terminal pelo interior de um peso tipo bala, este peso vai correr livremente no terminal, podendo depois do peso ser colocada uma esfera ou missanga que servirá de batente, impedindo que o peso bata no nó directamente e só depois então se une o fluocarbono ao anzol, normalmente com um nó palomar.

O vinil pode-se empatar com anzol tipo Texas ou com anzóis normais, no entanto o anzol tipo Texas é ideal pois permite esconder a ponta do anzol para evitar prisões.

Esta é uma montagem para ser utilizada com mares calmos, marés mortas, águas cristalinas onde os peixes andam mais desconfiados, a montagem deve ser trabalhada lentamente pelo fundo, levantando-se com alguns toques de ponteira, mas sempre tudo muito lento.

O carreto funciona quase só para se ir mantendo o fio em tenção, e com pequenos toques animamos o vinil que vem pelo fundo, normalmente os worms têm uma boa aplicação nestes casos.

Neste tipo de montagem o peso corre livremente no terminal o que cria uma pequena diferença entre a queda do peso e a queda do vinil que vem atrás, quando o peso cai corre também no fio e o movimento do vinil fica mais amortecido do que se fosse com um cabeçote ou peso fixo ao anzol, dado por isso um movimento mais natural ao vinil.

Esta é uma montagem efectiva para se prospectar os fundos, deixando o peso mesmo cair e bater no fundo e vir trabalhando lentamente esta montagem por forma a sondar o fundo do pesqueiro, de qualquer forma pode também ser trabalhada com todas as técnicas já descritas, não sendo essa no entanto a sua verdadeira aplicação.

É ideal para pesqueiros com areia, algas e pouca rocha, com mares não muito mexidos, sendo também eficaz em estuários nas horas de correntes mais fracas.

Deixo aqui um video elucidativo de como fazer uma montagem texas:



Carolina

A montagem Carolina é mais uma montagem herdada da pesca ao achigã, muito parecida com a montagem Texas sem estar muito distante da nossa famosa chumbadinha com raglou.

Montagem carolina
A diferença da montagem Carolina para a montagem Texas, esta na colocação de um destorcedor entre a linha principal e o terminal, prendendo o peso e a missanga na linha principal enquanto que na montagem Texas o peso corre livremente no terminal.

Em tudo semelhante á montagem Texas quanto a animações e locais de utilização no entanto pode-se variar mais o comprimento do terminal o que permite animações ainda mais lentas e naturais.



Double Zulu

Por fim não queria deixar de abordar uma montagem que teve grande impacto na pesca do achigã e que terá a sua aplicação prática na perfeição na pesca do robalo, estamos a falar de mais uma criação americana, inventada pelo campeão Kevin VanDam que consiste em utilizar dois vinis um na perseguição do outro, imitando um pequeno cardume ou um peixe presa a fugir de um pequeno predador.

Esta é uma montagem mista que pode ser lastrada ou não em função da situação que temos pela frente, aumentando o lastro em função das condições de mar.

Para se obter esta montagem precisamos de dois destorcedores e de dois anzóis tipo Texas, começamos por passar a linha principal pela argola de um destorcedor, que correrá livremente, no final da linha principal prendemos um outro destorcedor que servirá de batente para o primeiro.

No destorcedor livre colocamos um terminal de cerca de 40 cm e no destorcedor fixo colocamos um terminal com cerca de 60 cm, em ambos terminais empatamos um anzol tipo Texas, cada qual com um peixe empatado, iguais se quisermos simular um pequeno cardume ou um peixe maior no terminal fixo e um peixe mais pequeno no terminal móvel.

O vinil no terminal fixo pode ainda ter um chumbo tipo bala ou um cabeçote para lhe dar algum peso.

Esta montagem é animada com toques de ponteira, com um jerk curto e nervoso, para imitar dois peixes em fuga ou um peixe a caçar outro.

Esta montagem é muito provocadora pois nenhum predador gosta de perder uma presa nem gosta de intrusos no seu território de caça, por isso o ataque muitas vezes é feito por reacção, atacando o peixe mais pequeno que foge ao maior.

Deixo para terminar um video com Kevin VanDam explicando um pouco a sua criação, que tendo sido criada para o achigã terá a sua aplicação no robalo.




                        1 - Onde e quando utilizar
                        2 – Tipos de vinis
                        4 – Material

2 comentários:

  1. Boas Armando,

    Parabens. Mais uma vez um muito bom artigo com os necessários e preciosos detalhes.
    Abraço

    JFP

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  2. Os meus sinceros parabéns pelo post parceiro será para mim uma grande ajuda no futuro próximo,um grande abraço.

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